Livros Montessori friendly para crianças de 2 anos

Livros Montessori friendly para crianças de 2 anos

peque está quase a fazer 2 anos, e os seus “brinquedos” preferidos são livros, de todas as cores e feitios, de todos os tamanhos, de papel, cartão ou madeira. Tenho a certeza que um livro vai ser a prenda perfeita para ela.

Para uma criança que não vê televisão, e que recebe as histórias fora da sua realidade inteiramente dos livros, como é o caso da minha peque, é muito importante seleccionar livros que sejam esteticamente apelativos, que representem a realidade e com uma mensagem positiva ou construtiva.

A estética é uma peça fundamental da educação Montessori. Procuramos que todos os elementos do ambiente preparado sejam esteticamente apelativos, simples e bonitos. É claro que ser bonito é muito subjectivo, mas aí entram os valores familiares que eu passarei para a minha filha.

No método Montessori é dada especial atenção à realidade. Até aos 6 anos de idade, uma criança não é capaz de distinguir a realidade da fantasia, sendo por isso fundamental educá-la num ambiente real, com histórias reais e personagens que representam a realidade. A verdade é que a realidade é tão diversa e tem tanto para oferecer que, se nos focarmos em transmitir apenas a realidade, temos muito material para explorar. São exemplo disso a história dos ciclos de vida dos animais.

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No entanto, não é muito fácil encontrar livros Montessori friendly escritos em português, destinados a crianças tão pequenas. Nós resolvemos a questão de três formas. Primeiro, usamos os livros da minha infância, que são baseados na realidade. Segundo, compramos livros que contêm texto destinado a crianças mais velhas, mas cujas imagens são próximas da realidade e apelativas para a J. Um bom exemplo deste caso é o livro Animalium. Terceiro, compramos livros em inglês, tal como o Global baby girls.

Para uma mãe Montessori minimalista, ela já tem livros suficientes! Mas como é o aniversário, e eu também adoro livros, estas são as minhas escolhas para ela:

Para quem estiver interessado neste tema, recomendo o grupo de Facebook Contos e livros de inspiração Montessori Portugal. É uma óptima colaboração para encontrar o que melhor se adequa aos nossos filhos em português.

Outra boa fonte de inspiração é a prateleira-de-baixo, um projecto inteiramente dedicado a livros para os mais pequenos.

Recomeçar

Chegou a hora de recomeçar e de dar uma segunda oportunidade a este projecto. Em Outubro de 2016, o blogue levou-me mais longe, e nasceu a Casa Capaz. Um sonho impossível que se tornou realidade, e consumiu todos os minutos livres dos meus dias, que já não eram muitos. Nessa altura já sabia que vinha uma bebé a caminho para se juntar à minha peque. A minha minha família foi a minha aldeia, a aldeia que cuidou da peque, de mim e da mais pequena. Foram tempos atribulados.

Hoje volto a este projecto com a sabedoria de tudo aquilo que fui lendo, e com a certeza que sei tão pouco e há ainda tanto para aprender. Sei que a minha mente se transformou ao ler os livros de Maria Montessori. Deixo-vos uma frase de Maria Montessori que resume esta nova mentalidade.

“So here begins the new path, wherein it will not be the professor who teaches the child, but the child who teaches the professor.”

E é tão bom conhecer cada vez mais pessoas que partilham este “nova” mentalidade. É muito gratificante para mim fazer para desta mudança de paradigma.

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Se procuras este livro podes encontrar em montessoriparatodos.es

O andador

O andador

Como já disse algures por aqui, eu estou a seguir o curso Montessori en Casa 0-3 anos. Uma coisa boa deste curso, é explicar que um material se pode introduzir a partir de uma certa idade, mas que o bebé pode não ter logo interesse por ele. Não é nenhum drama, nem significa nada de mau. O mais importante é seguir a criança, sem stress.

Então a partir dos 10 meses desempacotei o andador, do IKEA, que tínhamos comprado uns meses antes porque a tia babada achava que podia esgotar! Coloquei peso na caixa (três pacotes de leite) e mostrei à peque para que é que servia. Não mostrou o mínimo interesse. Ficou arrumado ao lado da estante durante 1 mês e tal. Um dia, estava ela nos seus trabalhos de “organização” de brinquedos e livros, e decidiu utilizar o andador. Desde então tem sido um dos brinquedos mais utilizados, agora até já tem menos contrapeso.

Ela adora poder “andar” sozinha com o andador. Vai toda despachada, até bater contra a parede. Põe-se em cima da caixa e parece que está numa segway. Ainda não transporta coisas no andador.

Adorei este brinquedo, e ela também. A versão do IKEA é a mais económica que encontrei, e serve muito bem os princípios Montessori de material simples e bonito, de materiais naturais. Recomendo 😉

 

As nossas caixas de permanência

As nossas caixas de permanência

Para os bebés muito pequenos quando um objecto desaparece do seu campo de visão é como se deixasse de existir. Para o bebé só existem as coisas que ele vê. A partir de uma certa idade, os bebés começam a perceber que os objectos continuam a existir mesmo quando estão escondidos. Acontece o mesmo para as pessoas, que continuam a existir mesmo quando não estão no seu campo de visão.

Um dos materiais Montessori mais utilizados a partir dos 9 meses são as caixas de permanência nos seus mais variados formatos. Estas caixas trabalham o sentido da permanência que se começa a adquirir nessa idade, e são fascinantes para os mais pequenos.

A primeira caixa que mostrei à peque foi a caixa de permanência com bandeja. Uma versão handmade pelo avô, superfofinha. Fiz-lhe a apresentação toda cheia de cuidados e depois ela pegou na “bola” que na realidade era uma noz, e foi brincar com outra coisa. Deixei a caixa na prateleira do quarto dela e todos os dias ela a retirava para trabalhar um bocadinho, à maneira dela. Ao fim de alguns dias já estava a trabalhar como seria suposto, excepto a parte da pinça de 3 dedos.

 

Como sou uma mãe um bocado desorganizada não tenho rodado os materiais frequentemente, rodamos antes a peque diariamente 😛 tem a sua estante na casa da tia, a estante do quarto e um tapete na cozinha que também costuma ter um ou outro material. Então passados alguns meses mostrei-lhe a caixa de permanência com gaveta. Que sucesso! Ela adorou. Começou por utilizá-la à sua maneira claro, com muita imaginação. Tira a gaveta e começa a enfiar outras coisas dentro da caixa. Mas de vez em quando lá faz como é suposto, toda contente.

Para além do sentido de permanência este material trabalha a coordenação olho-mão, a motricidade fina e a concentração. No youtube há vários vídeos de bebés a trabalhar com as suas caixas de permanência.

As próximas serão as caixas imbucare.

E por aí, usaram as caixas de permanência? O que acharam?

A mente absorvente

Depois de ler o livro “Montessori from the start” decidi que se queria saber mais sobre o assunto, se queria conhecer a fundo a pedagogia Montessori, tinha que ir directamente à fonte. Mas começava por onde? A Dra. Maria Montessori escreveu vários livros, que não são propriamente uma trilogia com 1º, 2º e 3º. Ela também não começou dos bebés para os mais velhos, foi desenvolvendo o método segundo as suas observações e o feedback das escolas Montessori que se foram estabelecendo por todo o mundo. Isso eu tinha percebido com o filme.
Eu sou muito organizada, e queria arranjar uma forma lógica de abordar a incrível saga de ler Maria Montessori. Comecei pela fundamentação teórica. O livro que explica o raciocínio que serviu de base para a criação do método, ” A mente absorvente”.

Para começar, tenho a dizer que é fantástico que ela tenha conseguido deduzir tanta coisa com a informação científica que tinha disponível na época, era realmente uma mente iluminada. O livro em si é um encadeamento de ideias, como se fosse uma conversa, em que nos explica como funciona o cérebro da criança, a posição da criança na sociedade, a educação tradicional e as suas bases. Tudo isto ilustrado com mais de 100 metáforas.

É um livro difícil de ler, tem muita informação muito condensada. Demorei 4 meses para conseguir ler este livro, aos bocadinhos, para ir assimilando as ideias. E adorei!

Aconselho a todos os que se interessam pelo tema, é muito bom. É um livro que pertence à sua época de pós-guerra (editado em 1949) mas que ao mesmo tempo se mantém actual.

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Espero que gostem.

Rocas

Depois da introdução dos mobiles tácteis, quando o bebé agarra intencionalmente num objecto e consegue mantê-lo na mão, por volta dos 4-5 meses, podemos introduzir as rocas. Existem rocas de várias formas e feitios, umas mais complexas do que outras. Aqui o indicado será escolher objectos de materiais naturais como madeira ou algodão, que sejam simples e seguros, e que se possam morder.

Inicialmente o bebé não vai prestar muita atenção, e progressivamente vai tendo cada vez mais interesse pelos objectos que consegue manipular. Podemos deixar 2 rocas perto do bebé, para que os possa manipular, e ir rodando regularmente, para manter o interesse.

Podemos começar pela Cadeia de bolas ou Pulseira de bolas, que é uma roca muito simples, fácil de agarrar, e que desperta muito a curiosidade dos pequenos.

As rocas com guizos ou bolas que fazem barulho são quase sempre as favoritas, a preferida da minha peque é o rodari pequeno com guizo.

Os Discos interconectados, que favorece a passagem de objectos de uma mão para a outra e a rotação do punho, pode ser apresentado a partir dos 6 meses.

Para além das rocas mais clássicas, existem várias, com bolas, anéis e guizos de várias cores, mais simples ou mais complexos, por exemplo da HABA (disponíveis em Portugal na loja Cristina Siopa).

Para mim, que estava desejosa que a bebé começa-se a “brincar com as mãos”, as rocas são uma perdição. Acho fantástica a curiosidade com que a peque explora com mãos, olhos e boca cada um destes objectos ♥

60 activités Montessori pour mon bébé

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E aqui está o livro que tem a “papinha toda feita”. Para quem quer começar a aplicar o método Montessori com o seu bebé, e no meio de tanta adaptação a ter um bebé em casa, não consegue perceber bem como é que se aplica tudo na prática, passo a passo – Tcharam!!! Aqui está ele: 60 actividades Montessori para o meu bebé!

É um livro lindo, com umas fotografias maravilhosas, e imensas fotografias! Apresenta as actividades e materiais para usar dos 0 ao 15 meses. Cada actividade tem um texto simples, muito concreto. Tem os esquemas para fazer os móbiles, descreve a forma de apresentação dos materiais e as primeiras actividades da vida prática.

Só é pena não estar traduzido e ter exigido um esforço extra dos meus neurónios para ler em francês!

Aconselho a todos os que queiram utilizar o método desde o nascimento. É uma ajuda preciosa, e é daqueles livros que podemos comprar e depois oferecer, emprestar ou vender a quem precisar. Está disponível na Bertrand online.

Espero que gostem.

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Livros para os mais pequenos

Hoje em dia existem no mercado português imensos livros para bebés e crianças, mas encontrar livros Montessori-friendly é um desafio. Querem saber porquê?

Até aos 6 anos de idade, as crianças são incapazes de distinguir a realidade da fantasia. Segundo os estudos da Dra. Maria Montessori, se tiverem opção de escolha, as crianças interessam-se mais pelo mundo real do que pelo mundo da fantasia. A realidade é que o nosso mundo é fascinante, e no início da vida as crianças querem explorá-lo e perceber como funciona. Sentem-se maravilhadas com o mundo tal como ele é.

Livros Montessori-friendly são livros com imagens reais ou desenhos baseados na realidade. São livros com fotografias de animais, objectos ou paisagens, e com histórias com as quais a criança se consiga relacionar. Não se incluem aqui histórias sobre porcos que falam ou ratos que vão à escola, mas sim meninos e meninas que aprendem a falar ou vão à escola.

Eu não estou a dizer que os livros que contam histórias em que as personagens são animais são maus. A maior parte destes livros estão escritos para transmitir uma mensagem que é 100% válida. O que tentamos com os livros que respeitam o método Montessori é transmitir essas mensagens da forma mais real possível.

Passando agora ao que interessa, aqui vai a nossa pequena colectânea de livros Montessori-friendly.

 

Os livros Cores e Bebé animais são livros com fotografias de objectos e animais.

Os livros da autora Helen Oxenbury são totalmente Montessori. Retratam um menin@ e a sua realidade, o que já vê, o que já ouve e o que já sabe fazer. Na realidade são 4 livros mas é muito difícil encontrá-los na versão portuguesa, e o que nos falta estava esgotado.

A Maria tinha um cordeirinho, é um livro que está à venda nos supermercados, tem uma história real, com desenhos mais ou menos reais. Tem a vantagem de ter um fantoche, o que atrai muito os bebés mais pequenos.

As primeiras 50 palavras é um livro com abas, o que também atrai muito os mais pequenos. Existem outros desta colecção com animais da quinta e transportes, que se adequam a crianças pequenas.

Global Baby girls, não existe em versão portuguesa, mas vale a pena. É um livro com caras de meninas de várias partes do mundo. A colecção inclui ainda o Global Babies, Global Baby Boys e Global Babies Bedtime. São livros que tiram partido do interesse que os bebés têm por caras de pessoas, nomeadamente outros bebés, para lhes mostrar a diversidade e beleza da raça humana.

Por último, um livro menos real, mas que eu adoro, o Olá Bebé, é um livro que se pode introduzir a partir do 1º mês de vida. Apresenta figuras geométricas com cores fortes, tal como os mobiles. A minha peque só começou a gostar do livro lá pelos seus 6 meses, quando começou a roê-lo!

Podem encontrar mais livros Montessori-friendly em português neste post da Taqui, que foi o único que encontrei quando comecei a saga de encontrar livros para a peque (muito obrigada Diana!).

E por aí, conhecem mais algum livro Montessori para bebés?

 

Móbiles

Os mobiles são os primeiros materiais Montessori que o bebé utiliza. Servem para desenvolver a concentração, a coordenação olho-mão, a percepção da cor, da forma e da profundidade.

Os primeiros mobiles, são designados mobiles visuais. Colocam-se a uma distância de cerca de 20 cm do bebé, na zona em que consegue focar, e fora do alcance das mãos. Os mobiles devem ser trocados a cada 2-3 semanas, para despertar o interesse do bebé. A ordem de introdução é a seguinte:

  • Munari (a partir das 3 semanas)
  • Octaedros (a partir das 6 semanas)
  • Gobbi (entre 2-3 meses)
  • Bailarinos (entre 3-4 meses)

Os mobiles clássicos são facilmente construídos em casa, com materiais muito baratos. Nós começámos pelos Octaedros porque não conhecíamos o método Montessori antes. É um mobile muito bonito, que reflecte a luz e transmite muita paz. A peque adorava este mobile. O Gobbi, na sua versão clássica não é assim tão fácil de fazer. Nós fizemos batota, e em vez de utilizar o fio de algodão, pintámos as bolas de tons da azul em degradé. Quando comecei o curso Montessori en casa da Cristina Tébar percebi que não fomos os únicos a fazer batota, ela também fez (e recomenda). O que interessa é o resultado final (e dar asas à criatividade). O mobile dos balarinos também se constrói facilmente, apesar de parecer complicado, e também tem um efeito muito bonito.

Existem depois outros mobiles, bem mais difíceis de fazer em casa. O Flowing Rhythm (2-3 meses), as Borboletas (3-4 meses), os Colibris (3-4 meses) e a Baleia mãe com os bebés (3-4 meses). Mas nada é impossível. Todos os mobiles se encontram à venda nas lojas de materiais Montessori, principalmente os que são mais difíceis de fazer em casa.

 

Via: Michael Olaf

A partir dos 4 meses, o bebé começa a demonstrar maior interesse pelas mãos e por tocar nos objectos. A partir dessa altura podemos utilizar os mobiles tácteis, como o Guizo na fita, a Argola de madeira no elástico e o Móbil das cores primárias. Por cá utilizamos apenas a argola de madeira no elástico, que a peque adorava. Ainda tentámos fazer o Móbil das cores primárias mas sem muito sucesso.

A partir do momento em que o bebé se senta, começa a utilizar outros materiais, como as rocas, e podemos retirar os móbiles.

Os esquemas DIY dos mobiles clássicos estão disponíveis em vários sites. Divirtam-se nos trabalhos manuais, que os vossos peques vão apreciar.